A different action must be chosen and I don’t know what it is.

The Taliban won the war in Afghanistan, as the Vietnamese won their war, and the Israelis won the 1948, 67, and 73 wars. One may have different opinions about the results, but the concept of a military victory is clear. 

If I thought that there was a chance of neutralizing Hamas and freeing the hostages, or that a government led by Bibi had the capacity to plan it, I might say “give war a chance.” I don’t, and I oppose this campaign in Gaza. I don’t see achievable results that justify a longer war, the loss of soldiers, and the suffering among Gazans. A different action must be chosen and I don’t know what it is.

I agree with the feeling that going to war just because we have to do something, and war is something, is not a sensible plan.

Hamas is connected to the dictatorship of the ayatollahs. Murdering Jews wins political support of the international left and of islamist sectors. It facilitates the repression of the #WomanLifeFreedom movement which will be the downfall of those tyrants. Surely there is a lot of genocidal anti-semitism inside Gaza, but the reason they act on it is because they are under Hamas, which works with the Iranian dictators. Otherwise things would be like in the West Bank, where Fatah keeps the more radical Arafat-style terrorists in check.

Sadly Bibi made it his policy to oppress further the population of the West Bank, while allowing Hamas to increase its power. It’s not that Israel controls what happens in Palestine, but Bibi’s actions too have consequences. Of course Israel can’t open borders, we saw what Hamas does if it can cross them, but life in Gaza under the Egyptian blockade is awful. Bibi and the West Bank extremists are trying to make life in the West Bank as bad or worse. 

I have completely given up on the Palestinian national movement. Their leaders openly support the war against Ukraine, the genocide against Uyghurs and the Rohingya and in Darfur (who are Muslim!), and pretty much each of the most awful dictators in the world, as they have always done. To follow a long record, they spoke or acted in favor of the Turks during the 1st war, of the Nazis in the 2nd, of the Russians during the Cold War, of Saddam during the Gulf Wars, of bin Laden around 9-11, of both Assad and the rebels during the Syrian Civil war. I won’t bother to look at their support for Pol Pot which is my go-to litmus test for any part of the international left (they always fail). The people are not responsible for each of their tyrants’ words but such actions have consequences.

Nevertheless, one cannot just ignore the Palestinians and the level of frustration they have. Nonstop flights to Dubai or whatever it was that Bibi received don’t solve any problems. Something was bound to happen, and it did.

The only way out that I see is for Israel to say that they won’t agree to a cease-fire (which is just an excuse to retain hostages and rearm for terror, Russian-style) but they will agree to peace talks with the State of Palestine – implying immediate recognition. That changes the calculus of who has the initiative. The US can help by forcing Egypt to end its blockade of Gazans. If Hamas = Islamic Brotherhood threaten the Egyptian military dictatorship, that’s their problem. Helping them stay in power was a useful decision from 1978 that has overstayed its purpose. The political mood in Israel has moved further and further away from peace but perhaps they’ll reconsider in view of recent events. More likely not. 

Israel is moving in the directions of becoming what passes as a normal country of the Middle East, more and more comparable to its neighbors, though at a much lower level of autocracy, misogyny, obscurantism, sectarianism, racism, and brutality. If someone thinks that becoming like the neighbors will gain them their support, or that of Corbyn, Mélenchon, Die Linke, or the like, they are wrong. 

Shabat shalom!

Greve dos estudantes da USP é uma avacalhação

Para fazer greve um sindicato necessita fazer alguns preparativos.
1 – Discussão profunda entre os membros.
2 – Reivindicações definidas.
3 – Negociação com patrão ou autoridade.
4 – Comunicação ampla com a comunidade.
5 – Aprovação dos grevistas.

Sem discussão nenhuma, é impossível saber o que os membros desejam. Sem reivindicações explícitas, não há o que negociar. Sem início de negociação, não se pode avaliar os objetivos do movimento. Sem comunicação, não há apoio da sociedade. Sem aprovação dos grevistas, o movimento não tem sustentação.

Na atual greve de alguns alunos da USP não houve tentativa de fazer nenhum dos ítens 1 a 5 acima. A greve é um disparate e uma avacalhação do movimento sindical.

Hasselblad e dust bunnies

Tinha um filme no cartucho da Hasselblad desde antes da pandemia. Só que daí fiquei 3 anos sem usar, a câmera emperrou, percebi justo quando uma banda da Suécia visitava, que chato. Mandei consertar e lubrificar ano passado, não é trivial, está ficando mais difícil, o engenheiro Celso até fechou a oficina (trabalha em casa). Precisa disparar para não enferrujar novamente, sem tirar filme a máquina não dispara, os intertravamentos da Hasselblad são uma aula de engenharia.

Agora fiz uma coisa radical que me dói tipo limpar chametz de yontef abri o cartucho joguei os filmes no lixo. Teria que revelar para descobrir que a maior parte deve estar estragado, fora eu ninguém mais sabe o que tinha lá, nem eu sei com certeza, pra pessoa animal ou prédio que poderia estar nas fotos peço desculpas vocês nem sabiam, o que os olhos não vêem o coração não sente.

Joguei no lixo junto com os dust bunnies que cacei hoje, caçar dust bunnies e jogar no lixo é divertido, lembra como na universidade detesto fuzzy bunnies, aqueles bonzinhos que são bonzinhos bonzinhos com todo mundo, mais bonzinhos ainda com quem cria dificuldades para administrar facilidades e assim atrapalha a vida de todo o mundo especialmente de quem precisa estudar para melhorar a vida. Bonzinho com os canalhas que atrapalham inclusive o fuzzy bunny bonzinho que sofre reclama para todos mas nunca vai ter a decência de caráter para deixar de ser bonzinho com os canalhas acho que eram esses caras que Dr Martin Luther King falou que eram os piores.

Porque agora é yontef precisa pedir perdão a quem se ofendeu e de quem mais precisamos do perdão é daqueles que sofreram porque não tivemos força ou coragem de ofender os donos do poder. Esses aí merecem as piores ofensas então que se joguem no lixo junto com os dust bunnies e os filmes vencidos.

A Hasselblad dispara direitinho, pronta para um novo ano! #FinalFeliz

Maratona de sci-fi

Ideias soltas.

Todos os leitores de Fundação de Asimov achavam que os livros eram infilmáveis. Agora que filmaram temos certeza. A série da Apple TV tem qualidades, mas não é Fundação. Gostei do 6o episódio da 2a temporada, com boas cenas românticas nos prédios de concreto brutalistas da universidade de província onde Seldon inicia sua carreira – e onde a vice-reitora é literalmente uma assassina. (Sugiro ressuscitar a esposa indiana nos próximos episódios.) Seldon é promovido para a Universidade de Trantor, com uma imponente biblioteca em estilo gótico – a Sterling Library (Asimov nunca foi muito meticuloso com ortografia). Bons momentos, mas a narrativa nunca se encaixa bem.

Chaveando para outra série onde sempre que algo dá errado na trama (acontece com frequência) eles consertam com uma viagem no tempo e ressureição. Nos episódios 1 e 2 da temporada final de Picard, Dr Crusher chama o velho almirante e o #1 para salvar o filho dela, um contrabandista galáctico perseguido por caçadores de recompensas. Após desviar uma espaçonave parecida com a Enterprise através da galáxia, Picard apesar de não ter saída encontra uma quando descobre que o filho é dele (pela aparência parece mais que é neto do Ensign Wesley). As temporadas anteriores deixaram dezenas de pontos mal explicados e não resolvidos. Entendo voltarem a episódios curtos e auto-contidos como nos anos 1990. Mas esse tipo de história não sustenta a série, embora ela também tenha qualidades, especialmente as cenas do Picard velhinho.

E nem é a maior asneira que escutei nesses 10 dias. Para que orquestrar quartetos de Beethoven e de Brahms? Para quê? De onde alguém tirou essa ideia?

Consegui gastar mais de 20GB de celular. Só é possível com o uso da álgebra linear – boa chamada para a aula de Engenho & Arte hoje à tarde. Agora vou voltar às contas com referenciais holonômicos™, depois atacar o caldo de mandioquinha (3 pacotes é 10, comida para um batalhão) antes de ir para a aula. Se tiver mais alguma asneira para escrever acrescento depois.

Colação festiva Poli 2022

A turma de Automação & Controle da Poli de 2022 me convidou para falar na colação festiva dia 9 de março de 2023. Grande honra e alegria e diversão. Foi naquela casa de shows em S Amaro onde tem uma escultura do meu pai. Meu discurso, com duração de 90 segundos, foi o seguinte:

Só tem um momento triste na formatura:
quando os Demônios da Garoa cantam
“Iracema, eu perdi o seu retrato”.
Então pra espantar a tristeza traduzi pro Yiddish e de volta pro português.

João Pedro, eu nunca mais que te vi,
João Pedro colega de truco e bandejão,
Jubilou, jubilou na Poli porque
Quem não cola não sai da escola.

João Pedro, eu sempre dizia,
Cuidado com TransCal ResMat MecFlu Eletromag.
Tem prova antiga no paiol do Grêmio,
João Pedro, cê entregou a sub em branco.

João Pedro, fartava vinte dias pra a nossa formatura
Que nóis ia se formar.
Você precisava de quatro e meio
Chegou a rec, não estudou e não veio
Deixaram fazer dependência, João Pedro
O fessor não teve curpa, João Pedro,
Jubilamento, João Pedro, jubilamento.

Hoje ele trabalha lá no banco,
E ele vive rodando Excel pros diretor.
Da Poli sobrou número USP e as bitola,
João Pedro, eu perdi a sua cola.

Nesse dia de festa, vamos lembrar também de colegas que não se formaram.
Às vezes é com quem mais aprendemos.

The disturbing continued presence of Brazil’s former president in the US

Dear Senator Warren,

Dear Senator Markey,

Dear Representative Auchincloss,

I am writing to you concerning the presence of Brazil’s former president, Jair Bolsonaro, in Florida, from where he participated in the organization of the attempted coup against Brazil’s elected government in January 8th. According to reports in the media, he came to the US in a diplomatic visa, which is no longer valid. He continues to agitate against Brazil’s democracy while staying in America, without authorization if those reports are true. He is credibly accused of crimes against humanity, possibly including genocide against indigenous groups of the yanomami ethnicity in the Amazon.

This is against US interests. Having Brazil slide into a dictatorship, although perhaps unlikely, would be a big blow to American security. The continued presence of a visible foreign anti-democracy agitator is harmful to American image and influence throughout Latin America. A formal request for extradition, either from Brazil or from the International Crminal Court in Hague, might take a long time, and run into political issues. I believe that it is in the interest of America to take action against him quickly, by investigating his illegal actions and violation of the terms of entry into the country. 

Expulsion from the US or detention by the Immigration and Customs Enforcement seems fully justified. Your attention and that of Massachusetts’s distinguished congressional delegation to this matter might make an enormous positive difference. 

As always I thank you and your staff for the excellent service you provide to your constituents in Massachusetts.

Yours sincerely,

Felipe Pait

Brookline

Tipos de pneu

Ano passado precisei trocar diversos pneus e entendi que há alguns estilos básicos.

O pneu estilo italiano é bom para velocidade. Marcas representativas incluem Pirelli e Vittoria. São encontrados no Giro, nos Grand Prix, no meio fio da estradas aguardando guarda lavrar multa, e nas filas de espera de raios-X.

O pneu estilo alemão é resistente, pesado, solidamente construído, e duro. Capaz de transformar energia cinética rotacional em barulho. Marcas representativas incluem Continental e Schwalbe. Tem a preferência de quem termina a corrida, só que em último. Muito comum nas garagens – aquela roda extra encostada provavelmente tem um Marathon pouco gasto que dá pena jogar fora mas é mais fácil comprar outra roda do que trocar a câmara.

O estilo de pneu americano é excelente em alguma especificação determinada, valiosa para efeito de marketing, e problemático nas demais. Extremamente leve, mas frágil. “Run-flat”, e já vem furado mesmo. Super aderente, mais duro que uma roda de aço. Ultra-macio, tração zero no seco e no molhado. Marcas incluem Goodyear, Firestone, Kenda, Bontrager. Algumas marcas asiáticas produzem pneus no estilo americano, e os pneus americanos são todos feitos na Ásia. São encontrados preferencialmente nos aterros sanitários.

O pneu tipo francês é seguro, aderente, confortável, durável, silencioso, e caro. Marcas como Michelin e René Herse são encontradas nos veículos de pessoas com discernimento e poupança. Dica: prefira sempre o transporte cicloviário. E não troque o carro, troque o pneu. Sai mais barato e transforma você numa pessoa distinta e com recursos na poupança. #ProntoFalei

PROJETOS DE FORMATURA VIAJANTES 2023

Segue uma lista de sugestões para projetos de formatura em 2023, agora reorganizada em numeração decrescente.

16. Dinâmica e controle da mala com rodas.

Como todos que já tiveram a infelicidade de viajar levando mala em vez de mochila sabem, a mala com rodas possui modos dinâmicos instáveis: em movimentação acelerada, pode começar a oscilar lateralmente e até tombar. Em comparação, uma bicicleta ou um patinete (scooter), também com duas rodas porém alinhadas, não paralelas, é estável enquanto se move.

Projeto: modelar o sistema mecânico; estudar estabilidade e equacionar oscilações; analizar em comparação com aparatos que utilizam disposições e números diversos de rodas; descrever causas e propor alternativas, incluindo geometrias e configurações diversas, ou alguma forma sensata de feedback.

15. O mundo do avesso e a cibernética.

No livro “O Mundo do Avesso: Verdade e Política na Era Digital”, Ubu Editora, lançado em 2022, que estou começando a ler, Letícia Cesarino aborda a internet enquanto arena política, estudando fenômenos como populismo, pós-verdade, negacionismos e conspiracionismos com uma dimensão técnica, fazendo uma nova leitura da cibernética de Bateson, para descrever um sistema que funciona por dinâmicas de estabilização, crises, inversões, polarizações e novas reorganizações, e demonstrando a complexidade por trás da recente digitalização da política e da verdade.

Bateson, junto com sua então esposa, a antropóloga Margaret Mead, foi membro do grupo de estudos original de cibernética liderado por Norbert Wiener. Posteriormente ele originou o conceito de cismogênese, bastante usado no recente e fascinante livro “O despertar de tudo: Uma nova história da humanidade”, de David Graeber e David Wengrow, que me parece fazer muito sentido numa visão cibernética da formação de grupos políticos com opiniões esdrúxulas.

Projeto: ler o livro de um ponto de vista cibernético, seguindo as referências que pareçam relevantes do ponto de vista de aplicação e de motivação das ideias do controle. Note que não podemos esperar da literatura sociológica o nível de rigor matemático que aplicamos ao controle de processos químicos ou braços robóticos, menos ainda que os conceitos tenham definições idênticas.

Projetos 14 a 10 da página de 2021 continuam valendo e estão copiados abaixo para facilidade de referência. Os projetos 9 a 1 da página de 2020 continuam abertos como referência, porém os projetos 16 a 10 têm indicação mais forte.

14. Robustez e fragilidade de cadeias de produção: enfoque de controle – just-in-time, estoques e regulação, e o compromisso entre robustez e eficiência. Desconheço literatura, segue artigo de jornal: https://www.nytimes.com/2021/06/01/business/coronavirus-global-shortages.html

13. Contra-esterço (countersteering) em bicicletas. Entender, modelar o fenômeno, explorar como a manobra aparentemente complicada e contrária à intuição física é executada intuitivamente por qualquer criança. Excelente exemplo para do Paradoxo de Moravec, fundamental para entender quais as tarefas facilmente programáveis por métodos da inteligência artificial, e quais apresentam grandes e inesperados desafios.

Referências: https://en.wikipedia.org/wiki/Countersteering

Raramente recomendo vídeos como forma de estudar um assunto; nesse caso abro exceção por bons motivos: https://www.youtube.com/watch?v=9cNmUNHSBac

12. O paradoxo de Braess é a observação de que construir uma estrada pode piorar os congestionamentos. É um exemplo de uma ideia contra-intuitiva: a oferta de uma alternativa adicional pode levar a uma piora da situação de todos os indivíduos. Há boas explicações iniciais em diversas línguas na Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Paradoxo_de_Braess

Existem casos conhecidos em que o paradoxo ocorre, mas não é imediato verificar, e desconheço exemplos no Brasil. A proposta do projeto é buscar casos do paradoxo de Braess no trânsito em S Paulo, usando ferramentas de modelagem e big data.

11. O mais viajante de todos! A função zeta de Riemann

\zeta(s) = \sum_{n=1}^\infty \frac{1}{n^s},

onde s = \sigma + j t é uma variável complexa, é importantíssima no estudo da teoria dos números primos, e objeto da famosa hipótese de Riemann, que resiste bravamente a todos os esforços de comprovação. Menos frequentemente notado é que a função zeta pode ser vista como uma função de transferência, daquelas que estudamos em controle clássico – embora não na forma racional, isto é, não pode ser expressa como a razão entre 2 polinômios.

O objetivo desse projeto é estudar propriedades da função zeta de Riemann como uma função de transferência, do ponto de vista da teoria de controle.

10. A página da Wikipedia sobre o filtro de Kalman diz: “The distinction between the prediction and update steps of discrete-time Kalman filtering does not exist in continuous time.” Acredito que essa afirmação está incorreta, embora de fato até onde sei essa distinção não aparece na literatura. 

Não se trata de questão meramente acadêmica. O filtro de Kalman discreto habitual é focado em processos com amostragem periódica, porém os passos de ajuste e de predição são cruciais para utilizar variações do filtro de Kalman em situações onde a informação é assíncrona, com lacunas e possíveis duplicações ou redundâncias, e até contradições. São aplicações de fusão de dados, típicas do mundo de big data – por exemplo do projeto 2 desenvolvido ao longo de 2020 com bons resultados parciais.

Se houver justiça no universo deve ser possível obter uma versão contínua da distinção. Precisa de uma sacada matemática além da imaginação dos boomers. Duvido que a resposta seja difícil tecnicamente, mas como a resposta é desconhecida, existe o risco de terminar o ano tendo aprendido muita coisa mas não tendo resolvido o problema. Um tipo de problema que só pode ser abordado por aluno de graduação ou por professor com estabilidade no cargo – investigação fundamental de grande interesse e risco considerável, do tipo coibido pelas regras de pós-graduação.

How to transfer files from Mac to iPad

  • Connect Mac and iPad with USB cable;
  • Open Finder in the Mac, under locations on the left select on the iPad.
  • Click Files, pick an app installed in the iPad – I suggest Firefox.
  • From another Finder window, drag and drop the folders and files you want to move to the iPad.
  • The files will transfer quickly. In the iPad, open the Files app, they will appear under “On My iPad” organized in the folder of the program you selected.

This is necessary because Apple doesn’t make this easy. The Files app doesn’t appear as one of the selections in the Finder, and some other apps don’t do what is needed. For small transfers, iCloud also works, but otherwise it is too slow.

There are other suggestions online, some of which require installing apps. IGNORE THEM!

Anos de escola no Brasil desde 1970

“Nos anos de 1970 eu era professor da rede pública… nada foi feito desde lá… 50 anos perdidos! Nunca nos preparamos como país para que todos estivessem na escola”.

Não foram 50 anos perdidos não. Observem no gráfico obtido no Gapminder o crescimento constante do número médio de anos de escolaridade, de 4 em 1970 para 10 hoje. O eixo horizontal mostra a renda per capita – essa sim tem uma inflexão e cresce muito mais lentamente a partir de 1980, como consequência, sabemos, do fracasso das políticas econômicas de industrialização dirigidas pela ditadura.

Hoje o número de anos de escola no Brasil é superior ao de todos os países do mundo, com exceção dos EUA e Canadá, em 1970. O crescimento da escolarização foi mundial, e os países europeus estão a nossa frente, exceto a Turquia, mas é indiscutível que o acesso à educação aumentou muito no Brasil justamente nessas 5 décadas, tendo partido de valores históricos ridiculamente baixos.

Peguei gráfico para mulheres de 15 a 24 anos, o excelente Gapminder tem outros cortes demográficos mas todos contam a mesma história sobre o Brasil. Compensa assistir na visualização dinâmica o crescimento no mundo todo.

https://www.gapminder.org/tools/#$model$markers$bubble$encoding$y$data$concept=mean_years_in_school_women_15_to_24_years&space@=country&=time;;&scale$domain:null&zoomed:null&type:null;;&x$data$space@=country&=time;;&scale$domain:null&zoomed:null&type:null;;&frame$value=1970;&trail$data$filter$markers$bra=1970;;;;;;;;&chart-type=bubbles&url=v1

O #fato é que desde a fundação do colégio por Anchieta em 1554 até aproximadamente 1970 o Brasil fracassou em expandir o ensino. Não tenho dados comparáveis para saber exatamente quando ocorre a inflexão, mas a partir de 1970, isso foi revertido. Até lá escola era para muito poucos. Podemos fazer muitas críticas à educação durante a ditadura e a depois, mas a universalização do ensino ocorreu. Não há lugar numa discussão sobre políticas públicas para saudosismo em relação ao ensino antes de 1970.

Outro gráfico interessante, relacionado com o minicurso de anteontem: o gasto por estudante no ensino superior eram nos anos 1990 altos 60% da renda por pessoa, enquanto no ensino primário eram 10%. Hoje no ensino superior caiu pela metade, com certeza pelo aumento de faculdades privadas, fora do caro modelo de ensino + pesquisa das universidades públicas; e no ensino primário dobrou, certamente por necessidades econômicas.

https://www.gapminder.org/tools/#$ui$chart$cursorMode=plus;;&model$markers$bubble$encoding$y$data$concept=expenditure_per_student_tertiary_percent_of_gdp_per_person&space@=country&=time;;&scale$domain:null&zoomed@:0&:107.09;&type:null;;&x$data$concept=expenditure_per_student_primary_percent_of_gdp_per_person&space@=country&=time;;&scale$domain:null&zoomed@:0.24&:28.05;&type:null;;&frame$value=2018;&trail$data$filter$markers$bra=1999;;;;;;;;&chart-type=bubbles&url=v1

Há muito a melhorar. A qualidade do ensino básico e médio deixa a desejar, e o alcance do ensino superior é pequeno. Meu entendimento é que o ensino superior é burocrático, inflexível, desmotivador, e desconectado das demandas e questões reias da sociedade. Contribuem para isso aspectos culturais – a visão do diploma como símbolo de classe social, mais do que resultado de aprendizado. O compromisso dos governos e das empresas com a formação é insuficiente.

Do nosso lado como professores universitários também temos o dever de superar o corporativismo, quebrando as barreiras departamentais entre cursos especializados e estanques, que são voltados para a expedição de diplomas em profissões que só existem nos regulamentos dos conselhos profissionais. Senão continua a desmotivação por falta de relevância.