Existe desde pelo menos a redemocratização o hábito, talvez um pouco polêmico, de políticos em campanha visitarem sinagogas no Yom Kipur. Em geral eles escolhem os lugares grandes nos horários mais solenes, quando são vistos pelo maior número de judeus eleitores. As visitas são respeitosas e eles não abrem a boca, muito menos para pedir votos. Atualmente, autoridades eleitas às vezes fazem essas visitas nos anos ímpares, quando não há eleição.
Por 2000 anos os judeus tivemos relações de temor ou ao menos desconfiança com as autoridades. No Brasil de hoje, os políticos nos visitam, na pior das hipóteses, para pedir votos, como pedem a todos os cidadãos. Na melhor interpretação, tomam tempo dos dias atarefados apenas para mostrar respeito pelos judeus, e desta forma pela liberdade de religião e consciência em geral.
Não há o que discutir. Essas visitas são apenas positivas, e de tão positivas talvez sejam desnecessárias. Também não há problema em não mostrar a cara. Para os políticos judeus, sugiro que para ganhar votos e credibilidade com o eleitorado daria mais certo continuar na sinagoga rezando depois que os demais políticos se retiram para outras visitas e afazeres. A única outra coisa é que fiquei torcendo para o Haddad vir no final do jejum trazendo uns kibinhos, o que infelizmente não aconteceu. Ficam as sugestões para a próxima campanha.