Marcelo Godoy, engenheiro de renome, colega politécnico, e poeta ainda não tão conhecido como merece, perguntou minha opinião sobre o uso do twitter no ensino superior. Na pergunta ele cita o report e diz que não experimentou Twitter mas usa Facebook, velho-Orkut, Gmail, listas de email, LinkedIN, Plaxo, Blackboard, Trailhead, web-pages, Buzz e Google wave que não servem para nada, além de forums divertidíssimos sobre absinto (Wormwood Society e La Fèe Verte).
Para quem interessar, seguem meus 2¢:
Acho o twitter bom porque é o mais “desfocado” de todos esses meios. Gosto mais do twitter do que do Facebook, que é o que mais uso desses canais que você citou, porque a interface é muito mais leve. É um jeito rápido de repassar por exemplo uma notícia de jornal ou um comentário que você pescou em algum lugar para as pessoas que tem seguem, e supostamente tem algum interesse comum. No twitter você nem pensa muito antes de postar ou ler, nos outros já é + trabalhoso.
Email continua indispensável, embora tenha ficado um pouco “corporativo.” O pessoal da idade dos nossos alunos prefere chat ou skype, que têm a vantagem de permitir misturar texto e áudio. A grosso modo, no chat escrevem “você”, quando escrevem email chamam de “o sr.”
Para uso em um curso prefiro um sistema dedicado tipo moodle – não precisa ser fechado, mas dedicado. Se você está fazendo um curso (ou ensinando) melhor ter um espaço só para o curso, sem misturar com todas as outras coisas – a mistura é uma ideia do twitter, a outra é que perder uns tweets não faz diferença. Nenhuma das 2 é muito boa para um curso, afinal um curso na Usp custa uns 5 milréis para o contribuinte, deve ser tratado com carinho. A não ser que você crie uma personalidade no twitter para cada curso, mas daí faz mais sentido usar o Moodle – para quem não conhece, é uma ferramenta dedicada que constroi algo como um blog ou website para um curso, mas com ferramentas específicas que um professor e estudantes gostariam de ter.
Isso dito, acho que o professor seguir os estudantes no twitter é proveitoso. É um canal descensurado. Por exemplo se tem um aula muito chata do lado da minha sala e o aluno tuita, eu fico sabendo em tempo real 😉 Falando sério, dá para pescar quais são os assunto de interesse dos estudantes, e as preocupações. Um pouco de coisa pessoal, se o volume não for excessivo, não atrapalha. Acho útil a perspectiva dos estudantes fazendo diploma duplo na Europa, e dos formados recentemente. Vice versa também é útil, se o professor repassar coisas de interesse geral, um pouco fora do curso, os alunos pescam.
Minha opinião é essa, mas não vou ler o relatório, desculpe.