Nook, iPad, Kindle

Ontem passei numa Barnes&Noble e dei uma olhada no Nook. É meio tosco. Aparência de plástico frágil e barato. Software irregular, às vezes funciona, às vezes não. Bem lento, quase imprevisível. Comparado com o Kindle, é bem fraquinho.

Do lado da livraria tem uma Apple store. O iPad é muito mais rápido, bonito, e funcional, custa só o dobro do preço. Sei que não estou falando nada de novo, o Pogue já brincou com os 3, mas me deu peninha do vendedor na livraria. Note to self: wait for insanely great theorem before publishing paper.

Curvatura seccional

Cessão é o ato de ceder. Sessão é o intervalo de tempo no qual o sujeito fica sentado num assento do cinema. Seção ou secção são sinônimos, significando corte, os adjetivos correspondentes são secional e seccional. Em geometria diferencial, a curvatura seccional de uma geometria é definida para cada plano, e depende apenas do plano escolhido. É um conceito fundamental na análise global de uma geometria a partir de suas características locais. O termo correto é curvatura seccional com c porque o Manfredo Perdigão do Carmo escreve assim.

A voz do atraso

@dilmabr: Voltamos a fazer política industrial:tudo o que pode ser produzido no Brasil deve ser produzido Brasil.Isto fez e faz toda a diferença.

A voz do atraso. Profundo pensamento, direto da Coreia do Norte.

iPhone no Brasil?

Diz a Folha que há planos para fabricar iPhone no Brasil (vou por o texto num comentário). O interessante do artigo é a burocracia que o governo cria para conceder isenções e benefícios para a montagem do hardware, uma atividade de baixo retorno que gera poucos empregos de qualidade medíocre, e nenhum ganho científico ou tecnológico.

Enquanto isso, há infinitas possibilidades de uso de dispositivos de internet portáteis nas mais variadas aplicações médicas, educativas, recreativas, e industriais. O desenvolvimento de software usando smartphones pode ser feito por pequenas empresas, com baixo risco e grandes retornos potenciais, criando empregos lucrativos e intensivos em tecnologia.

Não falta capacidade e iniciativa para os engenheiros do Brasil, especialmente para estudantes de engenharia. Eu sei disso porque todo ano proponho diversos projetos de desenvolvimento usando iPhone e Android. Os obstáculos? O alto preço dos equipamentos, que multiplica o investimento e diminui o mercado; e a dificuldade e demora das importações. São barreiras artificiais criadas pelos protecionistas, desenvolvimentistas, bulionistas, e outros istas encastelados nas burocracias do governo e da academia. Com o pretexto tolo de “proteger o mercado consumidor brasileiro,” ou de “acumular divisas,” a mentalidade protecionista bloqueia o avanço tecnológico no Brasil.

Twitter ou absinto na universidade?

Marcelo Godoy, engenheiro de renome, colega politécnico, e poeta ainda não tão conhecido como merece, perguntou minha opinião sobre o uso do twitter no ensino superior. Na pergunta ele cita o report e diz que não experimentou Twitter mas usa Facebook, velho-Orkut, Gmail, listas de email, LinkedIN, Plaxo, Blackboard, Trailhead, web-pages, Buzz e Google wave que não servem para nada, além de forums divertidíssimos sobre absinto (Wormwood Society e La Fèe Verte).

Para quem interessar, seguem meus 2¢:

Acho o twitter bom porque é o mais “desfocado” de todos esses meios. Gosto mais do twitter do que do Facebook, que é o que mais uso desses canais que você citou, porque a interface é muito mais leve. É um jeito rápido de repassar por exemplo uma notícia de jornal ou um comentário que você pescou em algum lugar para as pessoas que tem seguem, e supostamente tem algum interesse comum. No twitter você nem pensa muito antes de postar ou ler, nos outros já é + trabalhoso.

Email continua indispensável, embora tenha ficado um pouco “corporativo.” O pessoal da idade dos nossos alunos prefere chat ou skype, que têm a vantagem de permitir misturar texto e áudio. A grosso modo, no chat escrevem “você”, quando escrevem email chamam de “o sr.”

Para uso em um curso prefiro um sistema dedicado tipo moodle – não precisa ser fechado, mas dedicado. Se você está fazendo um curso (ou ensinando) melhor ter um espaço só para o curso, sem misturar com todas as outras coisas – a mistura é uma ideia do twitter, a outra é que perder uns tweets não faz diferença. Nenhuma das 2 é muito boa para um curso, afinal um curso na Usp custa uns 5 milréis para o contribuinte, deve ser tratado com carinho. A não ser que você crie uma personalidade no twitter para cada curso, mas daí faz mais sentido usar o Moodle – para quem não conhece, é uma ferramenta dedicada que constroi algo como um blog ou website para um curso, mas com ferramentas específicas que um professor e estudantes gostariam de ter.

Isso dito, acho que o professor seguir os estudantes no twitter é proveitoso. É um canal descensurado. Por exemplo se tem um aula muito chata do lado da minha sala e o aluno tuita, eu fico sabendo em tempo real 😉 Falando sério, dá para pescar quais são os assunto de interesse dos estudantes, e as preocupações. Um pouco de coisa pessoal, se o volume não for excessivo, não atrapalha. Acho útil a perspectiva dos estudantes fazendo diploma duplo na Europa, e dos formados recentemente. Vice versa também é útil, se o professor repassar coisas de interesse geral, um pouco fora do curso, os alunos pescam.

Minha opinião é essa, mas não vou ler o relatório, desculpe.

Bob Park throwing a rock

From this week’s “What’s new” by Bob Park:

I read another article this week in which a physician warns that the risk for each use is minimal, “but over the years repeated exposure could produce genetic damage leading to cancer.” I’ve been trying for years to throw a rock across the Potomac River. So far, they don’t go half way, but I’ll keep trying in case it’s cumulative.

Infernática da Usp

Leiam o remetente da bela mensagem no final: o departamento de infernática da Usp está usando gmail! Finalmente os computadores da Usp vão começar a funcionar. Porque é mesmo que queriam obrigar a gente a usar “email corporativo”?

Aproveito a atenção de vocês para explicar porque não tuitei a eleição para vice-diretor da Poli: culpa do Eyjafjallajökull. Ponto extra para quem pronunciar corretamente! Em vez disse ouvi o discurso do Obama na Nasa. Faz sentido, dá a impressão que ele realmente entende as questões, ao menos num nível geral. Melhor que quando o presidente dizia que poderíamos esperar a “economia do hidrogênio,” quando íamos obter energia de graça e não-poluente separando água em H e O, depois queimando o hidrogênio, e isso ia nos levar a Marte.

E agora vou voltar à lei dos cossenos, fórmulas de prostaferese, e identidades de polarização.

From: dicodage@gmail.com

Date: 15 April 2010 11:42:03 AM EDT

To: felipe.pait@poli.usp.br

Subject: Manutenção nos Servidores Corporativos

Prezados Senhores.  

Nos próximos dias 17 e 18 de abril (sábado e domingo respectivamente) faremos manutenção nos Servidores de Bancos de Dados Corporativos. Em decorrência, os serviços oferecidos pelos sistemas corporativos (www.sistemas.usp.br) e sistemas Marte, Mercúrio, Júpiter e Fênix ficarão indisponíveis durante o período das 8h00 do dia 17 até às 20h00 do dia 18.

Agradecemos a compreensão. 

Atenciosamente,

Departamento de Informática

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Mensagem enviada por: Departamento de Informática. Segue em conformidade com a resolução 03 da CTI, que dispõe sobre a difusão de e-mails para a comunidade USP.

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Imbecil

O proliferador-geral do república, Samuel Pinheiro Guimarães, ganha espaço no pasqüim paulistano para um argumento imbecil contra o Tratado de Não Proliferação Nuclear. Para que o leitor não perca tempo lendo, a idiotice é que o Brasil não deve assinar o protocolo adicional porque nosso programa é pacífico, então ninguém deve desconfiar de nós. Ao contrário, devemos participar justamente porque nosso programa é pacífico. O conceito do tratado é justamente que cada país se submete a inspeções adicionais, para que todos conheçam a natureza de seus programas nucleares. Se não assinamos, damos cobertura para países que tenham programas militares secretos.

Se em algum momento houver uma guerra envolvendo armas nucleares, a culpa será de canalhas imbecis como o embaixador.