Prêmio Excelência Acadêmica Institucional USP

Fui informado que em fevereiro a Universidade de São Paulo pagará a segunda parcela do Prêmio Excelência Acadêmica Institucional USP para 2009, instituído por meio da Resolução nº 5483/2008, no valor de R$ 750,00.

Perguntas: Não julgo que meu trabalho em 2009 foi excelente. Continuo merecendo e recebendo o prêmio? Pela avaliação de quem? Quem não fez nada que prestava, também ganha? E quem atrapalhou? Quem foi mais excelente do que eu ganha a mesma coisa? Para quem foi excelente mesmo – há muitos – essa miséria de mil e quinhentos réis não é um insulto?

Oppenheimer on teaching and research

While in the library puzzling over some geodesic vector fields, I happened upon the text of a speech Oppenheimer made at Cornell in 1949 concerning teaching and research at liberal universities. He makes a deep observation which I shorten and paraphrase below, using his own words. The complete text can be found in the chapter “Science in Being” of “Oppenheimer, Metropolis, Rota, and Sharp. Uncommon sense. Boston: Birkhaeuser, 1984.”

The professor who stands helpless before the unknown is much closer to the student than the teacher who knows all the answers. The experience of the student and of the researcher is to be puzzled. The ability to be humbled by a tough problem is one of the reasons why the most inspiring teachers are those who devote a good deal of time to their own researches. Respect for what other people have done before, and respect for ignorance, make them far more sympathetic as teachers than the professional pedagogues.

Sunset over DEC

Over the weekend Bill Clinton and Barack Obama both left messages on our phone to tell Susanna to vote tomorrow for Kennedy’s replacement in the Senate. To illustrate the habitual result of conservative control over the US economy, here is a picture of the sun setting over “the Mill,” the former Digital Equipment Corporation headquarters in Maynard, Massachusetts.

Ainda os caças

Ainda não encontrei uma explicação sobre para qual a necessidade que o Brasil tem dos tais caças. Parece que para as forças armadas qualquer um serve e pode comprar o mais barato, ou seja, o que importa é ter os caças para dizer que tem, não o que eles são capazes de fazer. Já para o governo a decisão é política, ou seja, importa o relacionamento com quem fabrica os caças, não os aviões em si. Não sei qual marca será escolhida, mas arrisco uma previsão: só vamos receber a metade da encomenda de 3 dúzias de aviões. A outra metade será paga pelo contribuinte mas não entregue. A força aérea vai receber uma dúzia e meia de aviões, que vão ficar acumulando ferrugem.

Polytechnique vector

The Jacobi vector fields along a geodesic passing through a point p of an n-dimensional manifold M form a 2n dimensional vector space. One of the vector fields is gamma, tangent to the geodesic; another is t times gamma, where t is a distance function. The remaining Jacobi fields are the ones that determine the existence of conjugate points. Physicists tend to ignore t gamma completely; in a mathematician’s scroll it may be mentioned once and then ignored, like Queen Vashti. But it is much loved by engineers, who give it the affectionate nickname “x” because in coordinates t gamma = x = x^i d/dx^i. Should we call it the polytechnique vector?

Alguém entendeu a peça do reitor da Ufabc?

Alguém me explica o artigo de opinião do físico reitor da Ufabc publicada na Folha hoje? A linguagem rebuscada parece esconder um sentido profundo, uma defesa de algum interesse, ou talvez uma agenda ideológica, que sinceramente não entendi. Como tive interesse pelo projeto acadêmico original da universidade do ABC, espero que haja um sentido maior escondido atrás de frases lapidares, ainda que incompreensíveis, como “O lócus da sinergia entre os atores acadêmicos, o poder público e o setor produtivo.”

O artigo começa com pé errado, invocando Weber para dizer que há contradição entre o trabalho do cientista e do professor. Não faltam exemplos de grandes cientistas que são ou foram grandes expositores, mas para os autores a autoridade weberiana é suficiente para propor “a superação do paradigma do velho modelo humboldtiano…. e da prática extensionista.” Além do jargão impenetrável, o artigo ainda sofre por aparecer ao lado de um artigo que nega o aquecimento global usando um argumento bobo: o aumento da temperatura não é causado pela atividade humana porque não é linear. Quem entender me explique. Ou é melhor ignorar ambos?